Fazem-me confusão os pais que vivem através dos filhos. Eu explico.
Contextualizando. Há um programa (hediondo) no Discovery Travel and Living que se chama Toddlers & Tiaras. Para quem não conhece, é um reality show que acompanha concursos de beleza americanos. Para crianças dos 0 aos 14 anos, ou coisa que o valha. Nestes concursos, a norma é as miúdas aparecerem super maquilhadas, com cabeleiras postiças, dentes postiços, pestanas postiças, unhas postiças. Tudo postiço. Tudo enfaixado num suposto glamour das mulheres feitas. Ganha a mais bonita, a mais talentosa, a mais... As grandes impulsionadoras daquilo são as mães. A maioria pesa para cima de 100kg e vê-se claramente que são frustradas porque nunca tiveram corpo para participar num concurso de beleza. Vai daí, toca de atirar para lá as filhas, obrigá-las a ensaiar, a andarem naqueles preparos. Se ganham muito bem, se não ganham ainda ouvem as mães desiludidas com as filhas que não foram as Ultimate Supreme lá do pageant.
Haverá maior violência do que esta, obrigar os filhos a fazer coisas que as mães gostariam de fazer e que, não importa por que razão, não foram capazes? Os nossos filhos não são a versão Copy-Paste do que nós somos. O facto de eu adorar karate não significa que os meus filhos venham a gostar. E se ele adorar boxe (que é coisa que eu odeio), o que é que eu faço? Proíbo-o de praticar boxe e obrigo-o a vestir um gi e a aprender katas nos quais ele não tem o mínimo interesse? E se ela gostar de futebol e odiar ballet? Eu adorava ter andado no ballet. Nunca andei. Mas não é por isso que vou obrigar a minha filha a andar em pontas. Piano. O que eu adorava ter aprendido piano... mas não, ainda não a inscrevi nas aulas de piano, nem vou fazê-lo até que ela me diga que quer aprender a tocar piano.
É óbvio que há interesses que os miúdos desenvolvem por verem os pais interessados. Livros, por exemplo. Eu não duvido que a paixão da minha filha pelos livros vem das carradas de livros que há cá em casa e do facto de me ver a ler muitas vezes. Se ela me visse a tocar piano aposto que também queria tocar. Não é o caso. É óbvio que posso estimulá-la e mostrar-lhe as coisas, para que ela decida o que quer. Posso levá-la a um treino de karate e perguntar se quer experimentar. Mas se não quiser não vai ser obrigada.
Cada pessoa é única, tem a sua própria personalidade. Os pais caem muitas vezes na asneira de achar que os filhos são extensões deles próprios, versões revistas e aumentadas de uma coisa que lhes é familiar. Nada mais errado. E, parece-me, ao puxarmos pelo lado "ela é mesmo igual à mãe" dos miúdos, a única coisa que estamos a fazer é a impedi-los de serem quem são, sem barreiras. E, falo por mim, cá em casa a única barreira que há é a da boa educação. É só disso que não abdico. O resto... eles que sejam o que lhes der na telha, de strippers a neuro-cirurgiões. O que quer que façam, façam-no bem, com empenho e com a certeza de que deram o seu melhor. É só isso que quero: ensiná-los a serem sempre excelentes naquilo que fazem, seja isso o que for.
Contextualizando. Há um programa (hediondo) no Discovery Travel and Living que se chama Toddlers & Tiaras. Para quem não conhece, é um reality show que acompanha concursos de beleza americanos. Para crianças dos 0 aos 14 anos, ou coisa que o valha. Nestes concursos, a norma é as miúdas aparecerem super maquilhadas, com cabeleiras postiças, dentes postiços, pestanas postiças, unhas postiças. Tudo postiço. Tudo enfaixado num suposto glamour das mulheres feitas. Ganha a mais bonita, a mais talentosa, a mais... As grandes impulsionadoras daquilo são as mães. A maioria pesa para cima de 100kg e vê-se claramente que são frustradas porque nunca tiveram corpo para participar num concurso de beleza. Vai daí, toca de atirar para lá as filhas, obrigá-las a ensaiar, a andarem naqueles preparos. Se ganham muito bem, se não ganham ainda ouvem as mães desiludidas com as filhas que não foram as Ultimate Supreme lá do pageant.
Haverá maior violência do que esta, obrigar os filhos a fazer coisas que as mães gostariam de fazer e que, não importa por que razão, não foram capazes? Os nossos filhos não são a versão Copy-Paste do que nós somos. O facto de eu adorar karate não significa que os meus filhos venham a gostar. E se ele adorar boxe (que é coisa que eu odeio), o que é que eu faço? Proíbo-o de praticar boxe e obrigo-o a vestir um gi e a aprender katas nos quais ele não tem o mínimo interesse? E se ela gostar de futebol e odiar ballet? Eu adorava ter andado no ballet. Nunca andei. Mas não é por isso que vou obrigar a minha filha a andar em pontas. Piano. O que eu adorava ter aprendido piano... mas não, ainda não a inscrevi nas aulas de piano, nem vou fazê-lo até que ela me diga que quer aprender a tocar piano.
É óbvio que há interesses que os miúdos desenvolvem por verem os pais interessados. Livros, por exemplo. Eu não duvido que a paixão da minha filha pelos livros vem das carradas de livros que há cá em casa e do facto de me ver a ler muitas vezes. Se ela me visse a tocar piano aposto que também queria tocar. Não é o caso. É óbvio que posso estimulá-la e mostrar-lhe as coisas, para que ela decida o que quer. Posso levá-la a um treino de karate e perguntar se quer experimentar. Mas se não quiser não vai ser obrigada.
Cada pessoa é única, tem a sua própria personalidade. Os pais caem muitas vezes na asneira de achar que os filhos são extensões deles próprios, versões revistas e aumentadas de uma coisa que lhes é familiar. Nada mais errado. E, parece-me, ao puxarmos pelo lado "ela é mesmo igual à mãe" dos miúdos, a única coisa que estamos a fazer é a impedi-los de serem quem são, sem barreiras. E, falo por mim, cá em casa a única barreira que há é a da boa educação. É só disso que não abdico. O resto... eles que sejam o que lhes der na telha, de strippers a neuro-cirurgiões. O que quer que façam, façam-no bem, com empenho e com a certeza de que deram o seu melhor. É só isso que quero: ensiná-los a serem sempre excelentes naquilo que fazem, seja isso o que for.
Não poderia estar mais de acordo. Confesso que já vi o programa num dos meus zappings e fiquei ali a tentar perceber os ideiais com que aquelas miúdas crescem. Um dia descobrem que tanto plástico tem o seu preço e que talvez até não possam pagar e vai daí temos um montão de pretensas barbies frustradas e poderão até acabar com 200kg... Quanto aos filhos, penso o mesmo, são aquilo que tiverem de ser, como mães devemos dar-lhes as linhas mestras mas a decisão será sempre deles e se errarem paciência, é assim que se aprende. Nota máxima para o blog, melhor, os blogs :)
ResponderEliminarConheço e acho horrível.
ResponderEliminarHá Mães que chegam a ser violentas com os filhos...
detesto esse programa, às vezes vejo mas mete nojo. as maes frustadissimas com 100 kgs obrigam a repetir vezes sem conta, gastam balurdios em cada concurso, chega a ser mais de 7 mil dolares e tudo para que? que exemplo estão a dar às crianças, que liçoes de vida?
ResponderEliminarAcho esse programa um horror!!! Às vezes apetec-me espancar aquelas mães!
ResponderEliminarEu andei no piano porque a minha mãe me obrigou! Talvez por isso tenha odiado! Tenho pena que ela não me tenha obrigado a ficar lá mais tempo. Hoje já é tarde para aprender... Cá em casa vou obrigar os meus filhos a practicarem um desporto! Pode ser o que quiserem! Mas um desporto é obrigatório! :)
O que mais me choca acaba por nem ser o programa em si, mas o facto de as mães obrigarem as filhas aquele espéctaculo ridículo, chegando a bater-lhes, a puxar-lhes o cabelo, enquanto as transformam em autenticos fantoches. Detesto, acho um programa de muito mau gosto...
ResponderEliminarEsse programa da-me vomitos...a serio....e literalmente...As miudas parecem prostitutas. Como eu costumo dizer, se algum dia tiver um filho ele será futebolista...ou tenista, bailarino, cozinheiro, mágico, malabarista....o que quiser :)
ResponderEliminarque pena q neste blog n ha anonimato , pq assim tenho q dizer o mesmo q disseram..ouviste o eco?? lol
ResponderEliminarO facto de alguém fazer um programa à conta daquilo é pior do que a própria atitude das mães.
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